quinta-feira, 4 de março de 2010

O vôo



estou correndo por entre
braços distantes
em um circulo; (in)completo;
um semi-circulo
é no (in)acabado
que sempre me encontro:
por entre labirintos
fugas e esconderijos

sigo.

lanço-me como um foguete no espaço
alço o meu vou sublime...
risco o céu azul,

nestes abismos escuros
entre portas fechadas
correntezas e ventanias
olhares me procuram
olhares me procuram
e eu sempre te esperando...


devaneiando/neuroticando
a agudeza do esperar
em um desesperançar (in)
(in)(in)(in)
sempre,sempre (in)



cada dia num correr
de (in)cessantes formas
deleitando,deleitando
num deleite
que adentra
-abismos afora-


refletindo por caminhos obscuros
de sombras e mágoas
de transcendências (in)completas
dou de cara
em sonhos fluxos,refluxos
e influxos do querer
-alma inquieta-


o espaço pendendo no corpo
e nada de novo...
flores nascendo do asfalto
tento insistir
movendo algo em mim
para chegar em ti
vagarosamente flano
de mãe em mão...



e o tamanho do vôo
igualando- se a queda!


desço /voando-
sentindo o vento
sempre desço/voando-
sentindo o vento

meu corpo choca-se no chão
a intensidade aplaca
de tão forte
adormece a dor
-mas ela está lá,está aqui-


o gelo da noite
em meu coração
a noite patente e solvente
troco o dia pela noite vazia
carente

e sigo,sigo e sigo
sem saber onde e
como estou a existir

vejo crianças
-elas correm sentindo o vento-
e o tosco momento se ilumina
lembro de mim