quarta-feira, 12 de maio de 2010

DE UM DISTANTE




tenho saudades de um distante mundo
que está em outra dimensão astral
e penetra na lembrança
com ressonâncias musicais

tenho saudades de um distante vento
que mexia no dentro, no fora
no paralelo dentre, entre, sobre
do meu hoje podre,podre...

tenho saudades de um distante diálogo
ingênuo e sobressaltado
que fluentemente brincava em mim
emanando a todo momento aroma de jasmim

tenho saudades de um distante olhar
vibrante ,penetrante e sutil
que ao correr dos anos fez secar...
e hoje és caótico,doente e hostil


tenho saudades de um distante vento
que no balanço da tristeza fazia alegria
na correnteza do mar o sofrimento rápido partia
agora derrama espumas no mar que transborda lento


tenho saudades de um distante toque
fazendo de mim verdade e sentido
no caminho encontrava a saída
estou agora perdida e sozinha
vivendo em pancadas doloridas


tenho saudades de um distante gosto
adocicado e fácil de sentir
pendente agora minha língua míngua
de saber da delícia que finda

tenho saudades deste distante tempo
sabiá,papoulas,suspiros e sonhos
que permanecem em restos fugidios
e espedaçados feridos e profundos d’alma
ao perceber
terminou
e ficou só a nostalgia fria...