sábado, 8 de maio de 2010
Trova do além
vou a um cemitério
entro em uma biblioteca
procuro túmulos
abro um livro
sinto o bafo de um poeta morto
sinto seu cheiro
seus pensamentos
estou a possuí-lo
vou à procura
encontro outra sepultura
devagar abro seu túmulo
magicamente
cesso o pensar
o devaneio dele é meu devanear
vejo a podridão de suas palavras
choro a dor de sua vida
estou a ser o poeta
este agora vaga por aí
libertei a sua alma
e novamente das sombras
ele está a existir!
empresto a minha carne viva
de pensamentos mortos
a sua carne morta de pensamentos vivos
e um novo ser surge no espaço
ressuscitado
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5 comentários:
Texto muito bom
abraço
Por que "carne viva de pensamentos mortos"?
aí vc terá que entrar no meu mundo existencialmente louco...rs
Ah, tá... rsrsrs. É que eu acho "pensamentos mortos" uma expressão muito forte, sabe? Afinal, nossos pensamentos "morrem" conosco? Ou será que eles contiuam vivinhos aí afora, impressos em laudas e mentes abertas?
Meu amigo não há explicação para nada.
Eu sinto a minha poesia e simplesmente escrevo ,tanto que ao reler nem eu mesma compreendo...Mas o importante é ser espontâneo!
............................
Como diz Carlos Drummond de Andrade:
"Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço."
Grande Abraço,Bruno
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