quinta-feira, 26 de agosto de 2010
leve vento em lamento
aquelas partes minhas
que se perderam
agora em meu corpo
de sons e ressonâncias ocas
se perdem mais
quando em mórbidas paixões
me despedaçam
em sopros espiralados
fico num interrogar:
ele me ama?
“Isso agora tanto faz!”
pois queria tê-lo em mim
mas vem só um gelado vento
soprando em meus ouvidos em lamento:
“dor absurda sem fim”
de que adianta a resposta ser um sim ?
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2 comentários:
Hummm... Andou relendo Florbela Espanca, hein, Bessa?
Sinto a dor, a carência que o eu-lírico sente (de si mesmo e) do outro. Abstinência física é martírio, certamente.
E o sim simplório não adianta, só atrasa; prolongando o sofrimento, se tornando assim um lamento... Falta algo mais palpável nesse sim, tu sabes bem, falta presença... Eh, tu andou lendo a poetisa portuguesa!
Forte abraço!!
Raramente leio Florbela Espanca... li portanto aquela que não quero ler.. mas sempre a leio, "Angustia"...
Abraços
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